
A oriente sou toda lira
exacta dérmica solar
biografo-me a desenho à pena
com a tinta da estrela polar.
À maternidade da pedra
restituo a casa a levante
e o teu sorriso é navegável
sem rápidos de ciúme e sangue.
Por esse lado tive infância
e derreto a neve das fotografias
destapando o quebra-luz
de uma tépida estampa de tias.
A meu oriente de polido mogno
meu verso tem cadeiras e o habito
com amigos e respiram os móveis
um sossego de folhas de eucalipto.
A sul se eriçam as crinas
se ateiam os cascos do meu verso esquino
druídica me visto de visco lunar
matéria friável de cânhamo e vinho
essa a minha álea de longifólias
acácias à velocidade do crime
por ela em teu coro linha de comboio
me deito à espera que o amor se aproxime
esse o meu jusante de minério e tirso
esse o meu amigo o que não conheço
essa a minha casa a que não habito
minha alma estrela meu nenhum endereço
capa em veludo, sem data de edição.
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