Wednesday, June 20, 2007

nao há futuro, penso, enquanto o fax cospe mais papel, o esparregado arrefece ao lado da mão esquerda, todas as televisões ligadas, o frango cheio de mau aspecto, os dedos gordurosos, agendas, telefones, o mundo em directo, a refeição sempre inacabada, a escrever, o relógio enorme, o café no copo de plástico,amantes e outros nomes de família, penso, nao há tempo, não tenho tempo, doem-me as mãos, o cérebro, nao fumo, a casa desamparada, todas as leituras em esforço e minutos antes de adormecer, novo emprego de merda, são 21h56 penso que queria não estar aqui que ninguem devia estar aqui.estamos todos, gordurosos nos dedos e a saber que amanha vai ser quase igual.

2 comments:

sam said...

e eu que não te consigo dar "diferente"...

ana c. said...

há futuro, penso, enquanto te leio, de dedos gordurosos de um frango que nem sequer comi.